Imprensa

Categorias
Notícia

Procura por curso de Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico da PUC-PR tem crescido nos últimos anos

O que um advogado e um psicólogo podem aprender em uma sala de aula ao lado de engenheiros, arquitetos e técnicos de segurança do trabalho? Muito sobre o comportamento humano em momentos de pânico. E isso traz um forte componente ético.

“É interessante, às vezes, esquecemos que durante a ocorrência de um incêndio as pessoas precisam buscar soluções que ajudem a todos, e nesse aspecto, além de detalhes estruturais, legislação, técnicas específicas e demais saberes, o curso de Engenharia de Segurança contra Incêndio e Pânico ensina lições de proteção, eficiência preventiva, operação em situação adversa, para ficar num rápido resumo dos 18 módulos, sempre orientados com enfoque ético e inclusivo, pois em meio às situações extremas, o conhecimento ajuda a salvar vidas”, analisa o professor e fundador da especialização da pós-graduação da PUC-PR, Ivan Ricardo Fernandes. Aliás, um professor bastante diferente. Pois, em paralelo à carreira de pesquisador da área, ele é Major do Corpo de Bombeiros do Estado do Paraná, corporação que defende há mais duas décadas, e o ajudou a iniciar os estudos.

Os exemplos acima podem ser conferidos, na prática, na nova turma de 2018. Além da abertura para profissionais de Humanas, hoje é cada vez mais comum que profissionais da área de Tecnologia também se interessem pelo tema: “o mercado está percebendo o valor da prevenção e o quanto as empresas, instalações, edifícios, enfim, ambientes públicos e particulares, a sociedade em geral, pode e deve se beneficiar da prevenção de incêndios. Por isso nos esforçamos para reunir disciplinas que toquem em conceitos decisivos de antes e depois da ação do fogo. E claro, é fundamental ensinar práticas de projetos, ou seja, fazer os alunos entenderem na realidade concreta o que eles absorveram ao longo do curso. Na turma desse ano tivemos o prazer de receber um engenheiro civil do Paraguai, um indício de que a nossa causa é referência para os nossos vizinhos”, destaca o Major Ivan.

O Instituto Sprinkler Brasil (ISB) é um dos incentivadores do curso no Brasil e representantes da causa na Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndio (FPMSCI), que tem como pleito o avanço da discussão sobre “incêndios e precauções” no meio acadêmico.

Em 2018 o curso da PUC-PR fechou a turma com 30 alunos, o número máximo de participantes, que aumenta a cada ano, desde 2009. O ISB acredita que o conhecimento nos torna mais protegidos e eticamente responsáveis diante de situações de risco extremo.


Interdisciplinaridade por vocação


Formado em Física pela Universidade Federal do Paraná, Engenharia Civil pela PUC-PR e mestre em Engenharia de Construção Civil e Planejamento Urbano, novamente pela UFPR, o major Ivan Ricardo Fernandes traz em si o exemplo de interdisciplinaridade defendido no curso de Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Quando perguntado sobre a importância do cruzamento de campos do saber para a formação de novos conceitos de ensino e aprendizado à prevenção de riscos, o major afirma: “Para olhar as questões de forma mais ampla é preciso compreender que a fronteira de um saber pode e deve contribuir com o limite do outro. Um engenheiro pode aprender a refinar seus projetos a partir da visão dos arquitetos, que por sua vez, podem ampliar seu potencial de cálculos a partir da rígida formação de exatas das engenharias. O psicólogo, que se formar em nosso curso, terá ainda mais repertório para compreender a ação humana diante de eventos inesperados, trágicos ou de forte comoção, em suma, quando falamos de combate a incêndios, falamos de salvar vidas, bens materiais, estruturas, etc, mas também falamos em conhecimentos que se perdem quando o fogo devasta alguma instalação. O olhar interdisciplinar nos ajuda a ir além das estruturas e normas técnicas, para compreender desde o comportamento humano padrão por trás de desastres, até os componentes materiais que ajudam nas ações de salvamento, ou seja, a gente aprende a olhar o mundo em volta do problema, e não apenas o local do incidente”.